Blindagem de rede em IoT: práticas para uma conexão segura

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De sistemas de segurança domiciliar inteligentes a soluções avançadas de automação industrial, a proteção contra vulnerabilidades se tornou uma prioridade absoluta no mundo IoT, diante dos bilhões de dispositivos conectados simultaneamente.

Imagine uma empresa com uma frota de veículos de entrega que automaticamente recebe alertas quando o combustível de um veículo está baixo. Não apenas isso, mas o sistema também sugere o posto mais próximo para abastecer, com base na localização atual do veículo e na rota planejada. 

Ou máquinas que conseguem prever falhas antes mesmo que elas aconteçam ou, até mesmo, sistemas de HVAC (aquecimento, ventilação e ar-condicionado) inteligentes em escritórios que ajustam a temperatura com base na presença e preferências pessoais dos colaboradores. 

Bem-vindo ao poder da Internet das Coisas (IoT, do inglês, Internet of Things), um ecossistema no qual dispositivos se comunicam uns com os outros e com sistemas de gestão centralizados, sem a necessidade de intervenção humana direta.

Desde a cunhagem do termo por Kevin Ashton em 1999 até a explosão de dispositivos conectados que vemos hoje, o crescimento da IoT tem sido exponencial.

Com um mercado avaliado em US$1,17 trilhão em 2024 e projetado para atingir US$2,37 trilhões até 2029, em um CAGR (taxa de crescimento anual composto) de 15,12% durante o período de previsão, essa é a espinha dorsal da comunicação máquina a máquina (M2M), permitindo que dispositivos variados, desde os mais simples aos mais complexos, troquem dados em tempo real, otimizando processos e melhorando a tomada de decisão. 

Estes, porém, são apenas alguns exemplos de como essa tecnologia está revolucionando o mundo dos negócios. No âmbito corporativo, ela abre um novo universo de eficiência e possibilidades. 

E, apesar de possuir um market share frente consideravelmente fragmentado, com uma alta competitividade, à frente dessa inovação destacam-se 5 corporações:

Top players do mercado de IoT | Fonte: Mordor Intelligence

Vale ressaltar, no entanto, que essa conectividade onipresente também traz consigo um conjunto complexo de desafios de segurança cibernética, exigindo estratégias robustas e práticas proativas para assegurar uma rede segura, conforme veremos a seguir. 

Principais riscos e vulnerabilidades associados à IoT

Antes de nos aprofundarmos nas especificidades da IoT, é crucial compreender a distinção entre riscos e vulnerabilidades. 

Vulnerabilidades são fraquezas ou falhas no design ou configuração de um sistema que podem ser exploradas para causar danos ou ganhos não autorizados. Elas podem existir no software, hardware ou nos procedimentos de operação. 

Já os riscos são a probabilidade de que uma ameaça aproveite uma vulnerabilidade para causar dano ao sistema ou à organização. 

Em outras palavras, o risco é uma medida do potencial de perda ou dano quando uma vulnerabilidade é explorada por uma ameaça.

No contexto da IoT, as vulnerabilidades podem variar desde senhas padrão inseguras em dispositivos até sistemas de autenticação mal implementados, tornando-se portas de entrada para riscos que podem levar a consequências graves, como perda de dados sensíveis, interrupção das operações comerciais e danos à reputação da empresa. 

Entre os exemplos mais comuns, citamos:

  1. Senhas padrão e fracas: dispositivos IoT muitas vezes são instalados com senhas padrão fracas que não são alteradas pelos usuários, facilitando o acesso não autorizado.
  2. Atualizações de segurança insuficientes: dispositivos que não são regularmente atualizados com os patches de segurança mais recentes permanecem suscetíveis a ataques conhecidos, pois não contam com as correções mais recentes para falhas conhecidas.
  3. Comunicações não criptografadas: a transmissão de dados entre dispositivos IoT sem criptografia adequada pode permitir a interceptação de dados por hackers.
  4. Interfaces inseguras de usuário: interfaces que não possuem medidas de segurança robustas permitem que os invasores alterem configurações ou tomem controle dos dispositivos.
  5. Redes não protegidas: Redes IoT que não são protegidas podem ser exploradas para ganhar acesso a sistemas empresariais mais amplos e valiosos.

Pior, estas vulnerabilidades são alvos para uma variedade de ameaças cibernéticas, como:

  1. Malware e Ransomware: softwares maliciosos podem ser projetados para infectar dispositivos IoT, potencialmente permitindo o controle remoto por atacantes ou bloqueando o acesso até que um resgate seja pago.
  2. Botnets: dispositivos IoT comprometidos podem ser recrutados em redes de bots, que são usados para executar ataques de negação de serviço distribuído (DDoS) ou outras atividades maliciosas.
  3. Ataques de força bruta: hackers podem usar técnicas de força bruta para descobrir senhas de dispositivos IoT, ganhando acesso não autorizado.
  4. Engenharia social: invasores usam engenharia social para manipular pessoas e obter acesso a dispositivos ou redes.
  5. Espionagem corporativa: esses dispositivos podem ser usados como pontos de entrada para espionagem, nos quais os atacantes buscam acessar segredos comerciais ou informações confidenciais.

Por isso, dada a natureza interconectada da IoT e o potencial de cada dispositivo se tornar um vetor de ataque, é essencial que as empresas implementem metodologias robustas e políticas de segurança rigorosas para proteção e blindagem da sua rede.

Mitigando riscos: estratégias e práticas fundamentais

Como dito anteriormente, para mitigar os riscos, é imperativo implementar técnicas abrangentes que reforcem a integridade e a confidencialidade dos sistemas IoT.

Mais que isso, é crucial adotar uma postura de segurança proativa que vise antecipar, detectar e neutralizar cada um desses problemas antes que elas possam, de fato, explorar qualquer ponto fraco do seu ecossistema. Entre as boas práticas mais eficazes, destacam-se:

  • Autenticação forte e gerenciamento de acessos: implementar autenticação multifatorial (MFA) que combina algo que o usuário sabe (senha), algo que possui (token ou celular), e algo que é (biometria), cria uma barreira substancial contra acessos não autorizados.
  • Atualizações regulares e gerenciamento de patches: as empresas devem estabelecer um processo contínuo de monitoramento e aplicação de patches de segurança para garantir que todos os dispositivos operem com as últimas proteções.
  • Criptografia de dados: a criptografia desempenha um papel vital na proteção de dados em trânsito e armazenados, tornando-os ilegíveis para qualquer pessoa que não tenha a chave de criptografia. Nesse sentido, a adoção de protocolos fortes é essencial para manter a confidencialidade e a integridade das informações.
  • Implementação de segurança em camadas: a abordagem de segurança em camadas envolve a aplicação de múltiplas defesas em diferentes pontos do ecossistema IoT, como firewalls de rede, sistemas de detecção e prevenção de intrusos, segregação de rede e outras técnicas que trabalham em conjunto para proteger contra uma variedade de ameaças.
  • Uso de ferramentas e tecnologias de segurança: para apoiar as estratégias de segurança, é crucial utilizar ferramentas e tecnologias projetadas para o ambiente IoT. Isso inclui soluções de segurança dedicadas, software de gerenciamento de identidade e acesso, e plataformas de segurança que podem monitorar continuamente os dispositivos e responder rapidamente a qualquer atividade suspeita.

Ao adotar esses procedimentos, é possível fortalecer significativamente a segurança de seus dispositivos e reduzir o risco de ataques cibernéticos para proteger seus ativos digitais contra o crescente número de ameaças. 

Para entender um pouco mais sobre como isso funciona, na prática, não deixe de conferir o vídeo abaixo com o nosso mentor Tiago Diniz

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