Apesar de constituírem maioria na força de trabalho brasileira, a presença das mulheres em tech continua desproporcionalmente baixa. É hora de virar esse jogo!
Há anos, a presença feminina no mercado de tecnologia deixou de se tratar apenas de uma questão de representatividade e se tornou um indicativo crucial do progresso social e da inovação empresarial, segundo dados da ONU (Organização das Nações Unidas), empresas com líderes femininas têm resultados até 20% melhores.
Mas, ao olharmos para trás, vemos uma trajetória marcada por avanços significativos e desafios persistentes, especialmente no Brasil.
Em um país onde as mulheres representam grande parte da força de trabalho, é paradoxal que, segundo a pesquisa “Woman in Technology”, menos de 20% dos cargos de tecnologia no Brasil sejam ocupados por elas. A América Latina segue uma tendência semelhante, com menos de 30% de mulheres em posições de liderança no setor.
Ainda assim, a jornada rumo à equidade no mercado de trabalho tem sido pavimentada por marcos notáveis.
O recente aumento de mulheres CEOs nas empresas da Fortune 500 e o estudo do Boston Consulting Group destacam que startups lideradas por mulheres geram mais receita, são sinais de um futuro promissor – um avanço que ressoa não só nos corredores corporativos, mas em toda a sociedade.
Esses marcos não são apenas estatísticas ou datas isoladas; são histórias de vida, esforços coletivos e sonhos realizados. Cada número reflete vozes, rostos e a determinação de mulheres que continuam a moldar o panorama do mercado de tecnologia.
Por isso, neste post, vamos explorar como a diversidade de gênero atua como um motor de sucesso, as barreiras ainda presentes e como superá-las, além de estratégias práticas para mulheres em tech.
Também destacaremos como o projeto TPM visa capacitar mulheres para transformar o mercado de TI com inovação, diversidade e liderança, e como cada um de nós pode contribuir para um ecossistema tech mais inclusivo e igualitário.
D&I como motor de sucesso e barreiras ainda a serem quebradas
A diversidade no local de trabalho é mais do que uma métrica de progresso social; é um fator estratégico que impulsiona o sucesso das empresas e a inovação em tecnologia.
Inúmeros estudos e casos empresariais têm demonstrado a correlação direta entre equipes diversas e resultados comerciais positivos. Por exemplo, um relatório da McKinsey & Company aponta que empresas com diversidade têm até 35% mais chances de superar seus concorrentes, sugerindo, inclusive, um framework de quatro etapas para alcançar esse crescimento inclusivo:
Fonte: McKinsey & Company
Apesar da clara evidência de que D&I são benéficos para o ambiente empresarial, mulheres em TI continuam a enfrentar inúmeras barreiras. A disparidade salarial é uma das questões mais evidentes: o trabalho igual não resulta em salários iguais. Isso não apenas desvaloriza as contribuições femininas, mas também perpetua uma desigualdade econômica mais ampla.
Essa sub-representação é exacerbada, inclusive, pela síndrome da impostora, uma condição que faz com que muitas mulheres talentosas questionem seus próprios sucessos e vivenciem um medo constante de serem desmascaradas como fraudes.
Este fenômeno é especialmente danoso em um campo inovador como o da tecnologia, onde a autoconfiança e a autoridade são essenciais para a liderança e a realização de mudanças significativas.
Estratégias práticas para mulheres em tech
Avançar na área de tecnologia requer abordagens estratégicas e recursos que estejam alinhados aos desafios únicos enfrentados pelo público feminino no setor.
Por isso, aqui estão três dicas práticas para aquelas que estão começando sua jornada ou procuram crescimento na carreira, além de como todos podem contribuir para um ambiente mais inclusivo:
#1 – Educação e treinamento
A base para uma carreira bem-sucedida em tecnologia começa com educação e treinamento. A tecnologia é um campo que evolui rapidamente e isso requer um compromisso com a educação contínua.
As aspirantes a especialistas nesse mercado devem, portanto, investir em aprender as habilidades e competências certas através de cursos, bootcamps ou até mesmo através conteúdos gratuitos disponíveis no Youtube.
A obtenção de certificações reconhecidas pode ser um diferencial importante, sinalizando competência e comprometimento com o campo escolhido.
#2 -Marca pessoal forte
Para as mulheres que já estão na indústria, buscar ativamente o avanço na carreira é chave. Para isso, além de aprimorar as suas hard e soft skills, é fundamental aprender a negociar salários e promoções e buscar projetos que ofereçam maior visibilidade e responsabilidade.
É decisivo também criar e manter uma marca pessoal forte, comunicando claramente suas realizações e aspirações profissionais.
#3 – Construindo redes e ampliando conexões
Pergunte para qualquer referência na sua área de atuação: desenvolver uma rede de contatos é essencial. Participar de meetups, conferências, imersões e comunidades online pode abrir portas e fornecer acesso a conhecimentos e oportunidades únicos.
Por isso, foque em criar conexões genuínas e se conectar por mentores(as) que possam oferecer a orientação e suporte que você necessita.
De fato, fomentar uma comunidade de apoio mútuo entre mulheres é uma ferramenta valiosa que pode ajudar a construir um ambiente que não só acolhe, mas também celebra as contribuições femininas na tecnologia. E é, justamente pensando nisso, que o TPM – Tech Para Mulheres foi criado.
TPM: o que é e qual o seu papel no empoderamento feminino em TI
Idealizado a partir do encontro de algumas das vozes femininas mais atuantes do mercado de tecnologia, à nível global, o TPM – Tech para Mulheres surgiu com com o objetivo de trazer de forma direta os caminhos percorridos por mulheres incríveis e o que elas fizeram para acelerar a sua carreira.
Mais que um livro, também oferece acesso a uma rede de profissionais da área, possibilitando que mulheres criem conexões valiosas e compartilhem experiências e conhecimentos.
7 das 9 autoras do projeto TPM | Fonte: Hackone
Basicamente, concentra-se em capacitar mulheres com o conhecimento e as habilidades necessárias para navegar no mundo da tecnologia. Entre as protagonistas deste movimento, estão:
- Alessandra Fernandes – Cofundadora da Hackone
- Carina Lourenço – Business Partner na Viatris
- Cynthia Zanoni – Global Cloud Advocate e líder do Comitê de Equidade de Gênero na Microsoft
- Denise Pinol – Gerente de Arquitetura de Soluções e Eng. de Software na Raízen
- Elisabete Mleczak – Managing Director & Vice President Client Services LATAM da Connectis
- Erica Abreu – Latam Services Director na NTT Ltd.
- Ester Martins – HR Business Partner US & Canada no BT Group
- Fabíola Garcia – Senior Technical Account Manager na Amazon
- Ilana Fernandes – Gerente de sistemas na Raízen
Ou seja, não se trata apenas sobre onde estamos agora; é sobre onde queremos estar. Por isso, o livro alimenta a discussão sobre o presente e equipa as leitoras com o conhecimento e a confiança necessárias para conquistar o mundo da tecnologia, estabelecendo as bases para uma indústria mais igualitária.
Quer descobrir como o “TPM – Tech Para Mulheres” está redefinindo o cenário da tecnologia e se juntar a um movimento crescente que empodera as mulheres no setor de TI?
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